Presidente do Banco Central rebate crítica a teto de juros no cheque especial

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, rebateu as críticas de que a decisão de impedir que os juros do cheque especial superem 8% ao mês seja um “tabelamento“. O limite aos juros foi acompanhado da permissão para que os bancos cobrem uma tarifa para oferecer o limite do cheque especial aos clientes, o que não ocorre hoje.
“Se fosse tabelamento, não tinha tarifa. Os bancos vão poder cobrar tarifa proporcional para quem usa o produto. Se fosse tabelamento, era só colocar limite de juros”, afirmou ele ao jornal O Estado de S. Paulo.
O cheque especial é o crédito liberado pelo banco caso o cliente entre no “vermelho”, ou seja, quando ele faz pagamentos ou transferências mesmo com a conta sem saldo suficiente.
Segundo ele, outros países, como os Estados Unidos, a Inglaterra e a Austrália também limitam o custo de produtos emergenciais, como o cheque especial, mas colocam um teto muito alto, que quase nunca é usado.
Ele também acredita que os bancos vão cobrar juros menores do que os 8% ao mês do teto, já que vão poder cobrar tarifas pela utilização do produto.
“Nos Estados Unidos, para usar o correspondente ao cheque especial, para ter o limite, você paga; se usar o limite, você paga; se você passar do limite, paga também. Tem vários tipos tarifa”, afirmou.
Campos Neto disse que o redesenho do cheque especial foi pensado para que quem está embaixo da pirâmide não pague para quem está em cima ter o “luxo” de ter o produto mesmo quando não usa. “A finalidade é tirar o peso das costas de quem tem menos recursos e estava pagando para um custo que não era associado ao produto que ele estava usando”, afirmou.
Fonte: Exame